Certa vez, fui a um banquete servido em uma aldeia próxima.
Todos estavam convidados. Quando o mestre de cerimônias me viu com um manto
esfarrapado colocou-me no pior lugar, longe da grande mesa onde os mais
importantes convivas estavam sendo servidos com todas as regalias.
Durante meia hora esperei calmamente. Percebi que o mestre de
cerimônias nem passava perto de mim. Então resolvi dar o meu jeito. Saí, fui até
minha casa e vesti o meu mais bonito manto combinando com um magnífico turbante
ganho de presente de um amigo. Assim adornado, retornei à festa.
Por causa da diferente vestimenta não fui reconhecido e logo
fizeram soar as trombetas anunciando que alguém importante acabara de entrar.
Após o anúncio fui conduzido pelo cerimonial a um assento ao lado do emir.
Logo que me sentei ofereceram-me uma imensa variedade de
pratos, um mais bonito que o outro. Não me fiz de rogado. Servi-me e comecei a
esfregar comida pelo manto e turbante.
Senti os olhares perplexos dos convidados. O emir então
comentou:
- Estou curioso quanto a esse seu costume à mesa. É
inteiramente novo para mim.
Respondi prontamente:
- Não é nada demais. O manto e o turbante me fizeram chegar até
aqui. O senhor não acha justo que eles ganhem a parte deles?
Do livro: Eu, Nasrudin -
Editora Premius
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